Friday, April 27, 2007

Quase tudo feito nos Canhas

Está tudo bem nos Canhas. Entre os habitantes que aceitam falar só alguns pedem a via expresso. O resto está feito, dizem outros.

in DN a 26-04-2007


Quase tudo feito nos Canhas


A população espera pela via expresso mas não encontra outros investimentos para reclamar ao novo governo
São muitos poucos os habitantes dos Canhas que aceitam falar. Por vergonha ou receio. Quem fala diz que está tudo bem.



Há pouco para o Governo fazer nos Canhas. Até se diz que está tudo feito. Numa localidade largamente favorável ao PSD, o sentimento crítico dos poucos que aceitam falar confunde-se com o reconhecimento pelo que existe. "A nível de obras está tudo feito" atira, no centro da freguesia, Maria Vieira Jardim. Esteve alguns segundos de olhos fixos no chão a 'puxar pela cabeça ' a ver se se lembrava de alguma coisa, mas não. Por isso, aos 64 anos, promete votar no mesmo partido em que vota desde há oito, quando pôs fim a três décadas de emigração na África do Sul. "Não se vira a casaca", afirma sem esconder uma fidelidade à moda antiga.

Maria não quer falar muito de política. E quando se lhe pergunta se conhece os deputados da Ponta do Sol revela alguma confusão mas nega qualquer razão de queixa. E diz porquê: "Eles nunca me magoaram". João Albino Teles é o mais falador de um grupo de seis homens que passa tempo à porta de um café. Um pouco mais exigente, repete-se no pedido de alargamento da estrada que liga os Canhas ao Paul da Serra para dar mais segurança a quem anda a pé. "Quando passam camiões temos que saltar para o quintal do vizinho", lamenta-se este pintor desempregado aos 49 anos.

A falta de trabalho é outro problema apontado nesta roda de amigos. Todos concordam, mas é quase só Albino que fala. Para dizer que o desemprego não é exclusivo da freguesia, que não, que é um mal generalizado. Mais alguns minutos de conversa e o grupo lembra-se de outra obra: a asfaltagem da estrada que liga as Eiras ao Pinheiro, em terra há vários anos. Só mais tarde é que alguém se recorda da via expresso. "Isso é que era bom". Todos concordam mas ninguém reclama. O eleitor número 22 da freguesia dos Canhas também não encontra nada para o novo governo fazer. António Alves é um velho pedreiro reformado. Sem filhos, vive só com a mulher numa casa onde a ligeira brisa de uma manhã de sol faz esvoaçar uma bandeira do PSD. "Só tenho um partido e uma religião", afirma sem mais pormenores. Nem precisava.

A foice e a enxada ao ombro mostram que ao antigo mestre de obras não falta trabalho. Nem falta a quem quer trabalhar, acrescenta. Sem saber ler nem escrever, António promete votar a 6 Maio, tal como faz há trinta anos. E diz que sabe para que são estas eleições: "São para votar no João Jardim ou no socialista" cujo nome desconhece, assim como ao resto da oposição.

Na varanda do 'Melro', um de três bares separados por meia dúzia de metros, Gracinda Jesus, 50 anos, parece mais reivindicativa. Parece, mas nem tanto. Veste uma t-shirt oferecida pelo PS mas sabe que é Jardim quem vai ganhar. "Sabe como é", diz como quem, de facto, sabe como é.

Gracinda concorda que falta fazer muito nos Canhas mas, assim, de repente, apenas se lembra de uma rotunda à beira da varanda do 'Melro'. Mesmo assim admite a necessidade da via expresso, reconhece que o desemprego é um problema e que falta uma rede de esgotos.

Os 29 anos de Odília Pereira não são vividos da mesma forma de muitos outros jovens. A responsável por um mini-mercado e o bar Santo André prefere o silêncio dos Canhas às saídas nocturnas. Não sente necessidade de grandes investimentos do Governo em novos locais de diversão e lembra que agora está tudo tão perto. Reconhece que o poder de compra está fraco, que é difícil arranjar emprego mas não deixa de alertar para o desenvolvimento da freguesia nos últimos anos.

O bar de Odília, sem clientes à hora do almoço, mostra num quadro, ao lado de um poster do Benfica, a receita para os que só esperam facilidades: "Se tem inveja, faça como nós, trabalhe"! António Abreu trabalha. Soma ao serviço de bar a agricultura com destaque para a banana, como provam as nódoas na roupa. O 'Quim Barreiros' dos Canhas, como é conhecido pelas semelhanças com o cantor, apenas espera a nova via expresso. De resto refere alguns acessos e a necessidade de criar mais emprego.

Depois de 14 anos na Venezuela, 'Quim Barreiros' não encontra solução para a crise. E limita-se a esperar. Pode ser que um novo ciclo de obras reforce o poder de compra.

O problema é que, à excepção da via expresso e de um outro acesso, parece que está tudo feito nos Canhas.


Freguesia que sempre foi PSD


Sempre votaram maioritariamente no PSD os cerca de 3.200 habitantes dos Canhas. Nos últimos três actos eleitorais os social-democratas ficaram sempre acima dos 60 por cento dos votos. E há três anos, nas eleições europeias, esta marca subiu até aos 70 por cento, embora aí o PSD tenha concorrido em coligação com o CDS-PP.

Curiosamente, o melhor resultado do PS foi também há três anos, mas nas regionais de 2004. Os socialistas alcançaram 28 por cento dos votos, contra 61 do PSD.

Nesta freguesia 'laranja' o CDS ainda tem alguma expressão, mas os pequenos partidos de esquerda têm sido praticamente ignorados nos últimos actos eleitorais.

Este cenário promete repetir-se. Entre os eleitores há a percepção que os Canhas voltam a preferir o PSD.

Miguel Silva

Dançando em vários passos



in DN, "Fim-de-semana" a 25-05-2007

Dançando em vários passos



A assinalar o Dia Mundial da Dança, vários grupos juntam-se para mostrar o trabalho que desenvolvem na Região. Os espectáculos realizam-se em Machico e Ponta do Sol


O Dia Mundial da Dança será dançado em dois palcos: no Centro Cultural John dos Passos, pela Companhia de Dança da Madeira (Cdm), e no Fórum Machico, por um conjunto de formações regionais, num evento organizado em parceria entre a Câmara Municipal de Machico e a Associação de Dança Desportiva Prestige Dance.

A Cdm, dirigida por Carlos Fernandes, apresenta uma série de bailados levados ao último espectáculo no Baltazar Dias e recuperados agora para a apresentação na Ponta do Sol, no próximo dia 28, pelas 21 horas.

Marta Atayde é uma das responsáveis por algumas das coreografias a apresentar, juntamente com Vanessa Amaral e Alexey Fokine. O programa, por ordem de apresentação, inclui: 'Bayadère', 'Outros', 'Dança das Socas', 'Napolitana', 'Work in Progress', 'Caixinha de Música', 'Country' um pax-de-deux e a encerrar o 'Bailado Esmeralda', pela bailarina convidada Anadélia Giscafré.

Os bilhetes custam cinco euros.

Oito dias depois, a 5 de Maio e ainda integrado na comemoração deste efeméride, dançarinos do Conservatório - Escola Profissional das Artes da Madeira, do Gabinete Coordenador de Educação Artística, da Associação Flores de Maio, do Atelier das Artes, da Escola de Santa Cruz, da Prestige Dance e da Associação de Dança Dança Comigo juntam-se para dar ao público em 'Viver Dançando' uma lição de dança.

O objectivo é mostrar neste evento, agendado para as 20 horas, um vasto e variado leque de género, nomeadamente danças clássicas, latinas, contemporâneas e modernas.

Este espectáculo único juntará no Fórum cerca de 150 dançarinos, dos 5 aos mais de cinquenta anos, numa prova clara de que a dança é para todos. Os bilhetes custam igualmente cinco euros.


Paula Henriques

Monday, April 23, 2007




im JM a 23-04-2007

Ribeira Brava, 2 - Pontassolense, 2

E agora Pontassolense?


Ribeira Brava e Pontassolense empataram ontem a dois golos, um resultado que penaliza e de que maneira a formação de Lito Vidigal que deixa assim fugir a liderança na da Série A do Campeonato Nacional da II Divisão.

Quanto ao jogo, assistiu-se a uma primeira parte onde a equipa visitante foi claramente superior traduzida em dois golos, num resultado que ao intervalo aceitava-se perante o desacerto total da formação do Ribeira Brava.

Ainda assim, foi mesmo a equipa da casa com Luís Filipe logo no primeiro minuto a desperdiçar uma boa oportunidade para marcar, no entanto, a bola acabou por sair ao lado. A resposta do Pontassolense não se fez tardar, que colocou o seu melhor futebol em campo na procura do golo que havia de surgir aos 27’ por intermédio de Rúben, depois de um falhanço incrível dos defensores contrários. O domínio acentuou-se e com isso o segundo golo da equipa visitante aconteceu, já muito próximo do intervalo, com Glauco a saltar mais alto e a marcar o segundo da sua equipa. Após o intervalo, assistiu-se a um jogo mais equilibrado e foi até com alguma surpresa que Marco Freitas reduziu aos 50’. O jogo estava relançado e até final do mesmo as oportunidades repartiram-se por ambas as balizas, no entanto, já praticamente sobre o final do jogo Marco Freitas arranca um cruzamento que encontra Luís Filipe na área que só teve de empurrar.


Décio Ferreira
in JM a 23-04-2007

Comentário

Sonho pode ter terminado


O Pontassolense perdeu ontem a liderança da Série A a favor do Freamnunde, ao não ir além de um empate a dois golos com o Ribeira Brava. O sonho de lutar por um lugar que dê acesso à II Divisão de Honra pode mesmo ter terminado para a equipa de Lito Vidigal, quando apenas faltam duas jornadas para o terminus do campeonato. Tudo isto se torna mais caricato depois do Pontassolense ter tido uma vantagem de 17 pontos sobre o actual primeiro classificado. É certo que nada está perdido, mas também será correcto afirmar que as contas complicaram-se e muito para os madeirenses. Nesta ronda destaque também para a vitória do Lousada sobre o Moreirense, deixando desta forma a luta pela manutenção ainda em aberto. Por seu turno, o Moreirense também deverá ter dito adeus à luta pelo primeiro lugar deixando esse desiderato para as equipas do Freamunde e, claro está do Pontassolense. Ou seja, as duas próximas e últimas jornadas do campeonato vão certamente reunir muitas emoções.


Décio Ferreira

Cana em nova fase de relançamento

in JM a 23-04-2007

Jardim diz que representou, em 2006, um milhão de contos para a Região

Cana em nova fase de relançamento


Alberto João Jardim prestou, ontem, uma homenagem aos produtores e aos industriais madeirenses que estão a trabalhar a cana-de-açúcar. Aconteceu durante uma visita à feira em honra daquele produto, que decorreu este fim-de-semana no Mercado Abastecedor dos Canhas.

«Quero dizer muito obrigado a todos aqueles que, com o seu esforço, vontade, e por vezes, atravessando momentos e situações difíceis, mantiveram a indústria ligada à cana sacarina a funcionar», disse.

Jardim aproveitou, depois, para recordar os tempos em que morava no Quebra-Costas, perto do engenho do Hinton. «Lembro-me o que se passava ali, com o povo, às vezes, a ter de esperar três noites para que se pudesse pesar a cana. Há aqui gente que se lembra disso. Depois, era a balança do Hinton que valia», contou.

Tudo isto numa altura em que, prosseguiu, «os produtores tinham que ter autorização do Hinton se quisessem laborar mais cana do que aquela que o regime do condicionamento industrial impunha».

Hoje, «os tempos mudaram, graças a Deus», regozijou-se, por entre elogios ao trabalho do secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais que, sublinhou, também é canheiro e chegou a apanhar cana, quando miúdo.

«Estamos numa fase de relançamento deste produto, que começa a ter mais procura. Sei que, no último ano, directamente aos produtores, a soma do que foi paga andou à volta de 300 mil contos e que, depois, esse produto laborado e revendido no mercado, sob a forma de mel, aguardente e outros, rendeu um milhão de contos na economia da Madeira», revelou, destacando ainda a obtenção das designações junto da UE para que se continuasse a laborar a cana na Madeira.


JM

Dia da Dança leva ballet ao 'Município da Cultura'



in DN a 22-04-2007

Cultura e espectáculos

Dia da Dança leva ballet ao 'Município da Cultura'



A Companhia de Dança da Madeira vai comemorar o Dia Mundial da Dança com um espectáculo no Centro Cultural John dos Passos, na Ponta do Sol, no próximo dia 28 de Abril.

O programa inclui vários dos bailados apresentados na última produção no Teatro Baltazar Dias, com destaque para os 'Bailado Esmeralda', 'Bayadère', 'Dança das Socas', 'Country' (uma produção com as botas a imporem o ritmo) e 'Work in Progress', esta última uma coreografia de dança contemporânea para a música assinada por Madonna.

As coreografias são da responsabilidade de Vanessa Amaral, Alexey Fokine, Heron Nobre, Mar e Jules Perrot.

Neste espectáculo participam ainda as crianças da Escola de Bailado Carlos Fernandes. O grupo de jovens bailarinos entre os 9 e os 11 anos vão dançar a 'Caixinha de Música'.

Anadélia Giscafré é a bailarina convidada. Participam ainda os bailarinos Vanessa Amaral, Alexey Fokine, Carolina Gomes, Sofia Carraca, Joana Figueira, Joana Sousa, Liliana Sousa, Eisabel Camacho, Vanessa Matos, Catarina Camacho, Joana Bicas e Maria do Carmo Paredes.

A Companhia de Dança da Madeira apresenta-se num espectáculo único, agendado para as 21 horas. Os bilhetes custam 5 euros. Encontram-se à venda no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Centro Cultural John dos Passos e no Posto de Turismo do Funchal.

O bailado acontece a pedido da Direcção Regional dos Assuntos Culturais e está integrado no programa do 'Município da Cultura'.

Dança na madeiraestá melhor A Dança na Madeira está melhor e tem mais público. O balanço foi feito pelo directo da companhia criada em 2006. Carlos Fernandes disse que o público tem gostado e que recebido "muito bem" o trabalho do grupo. Sobre a repetição dos bailados, o director artístico explica que ainda que sejam os mesmos trabalhos, o facto de ter um novo elenco torna-o "muito diferente".

O grande drama para quem continua a apostar nesta área é a falta de profissionais, disse. Carlos Fernandes considera necessário ir ao mercado fora, porque o regional não é capaz de responder às necessidades. A primeira experiência com a bailarina brasileira Anadélia Giscafré "foi boa" e por isso mesmo Carlos Fernandes pretende continuar a apostar na contratação de bailarinos para o corpo da companhia regional.

No próximo dia 29, o antigo bailarino vai estar na gala Internacional de bailado, mas no lado da plateia. Este espectáculo da Companhia Nacional de Bailado é uma oportunidade para o público ver juntas estrelas do bailado de renome internacional e nacional. Para o director da Companhia de Dança da Madeira é uma oportunidade para negociar novos talentos para a formação regional.


Paula Henriques

Secretário escreve a ministro





in JM a 22-04-2007


Manuel António Correia queixa-se de sistema informático nacional

Secretário escreve a ministro



O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais disse, ontem, na II Feira Regional da Cana-de-Açúcar, nos Canhas, ter escrito ao ministro da Agricultura, Jaime Silva, a pedir a prorrogação do prazo de entrega das candidaturas dos agricultores madeirenses para beneficiarem dos apoios financeiros, nomeadamente do POSEIMA, a que têm direito. O secretário quer que o prazo seja alargado de 15 para 31 de Maio.

Manuel António Correia aproveitou ainda para pedir a intervenção do ministro da Agricultura para que o sistema informático a partir do qual as candidaturas são feitas seja regularizado.

Tudo porque a Secretaria Regional tem detectado dificuldades neste sistema informático nacional que está a ser aplicado nos cerca de 30 postos de atendimentos criados na Região para receber as candidaturas.

«Temos detectado um problema na Madeira, que é idêntico ao que sucede em todo o país. É que o Ministério da Agricultura criou um sistema informático que não suporta a quantidade de procura que tem tido, o que tem prejudicado os agricultores», disse o secretário regional, havendo casos de pessoas que «esperam horas para serem atendidas».

Daí que Manuel António tenha, na quinta-feira passada, enviado uma carta ao ministro pedindo a sua intervenção e agora espera resposta.

Para além destes pedidos, o secretário regional promete medidas na Região «para acelerar e compensar essa situação», nomeadamente permitindo inscrições dos agricultores nos postos de atendimento nos feriados e nos sábados, «de forma a dar mais ‘dias úteis’». E isso já irá acontecer no feriado de 25 de Abril.

Manuel António Correia falava durante a abertura da II Feira Regional a Cana-de-Açúcar, na freguesia dos Canhas, na Ponta do Sol, onde garantiu que os apoios vão continuar nos próximos anos, quer à produção, quer aos preços, quer ao investimento em novas explorações, com o recurso a apoios comunitários.

Inaugurações e Feira da Cana

No dia 4 de Maio, pelas 16:30 horas, o presidente do Governo Regional desloca-se a São Vicente, mais con-cretamente ao sítio do Laranjal, onde irá proceder à inauguração da canalização da ribeira.

Esta obra, que ascendeu a 700 mil euros, tem carácter urgente dada a necessidade de serem protegidos os terrenos e construções marginais dos caudais da ribeira, tendo em vista garantir a segurança às infra-estruturas existentes e a construir.

Foram construídas muralhas de canalização na margem esquerda da ribeira e travessões de regularização no leito, numa extensão total de 200 metros, para além de um arruamento marginal, com uma faixa de rodagem de 6 metros de largura e passeios de 1,2 metros. Esta estrada ficou dotada de redes de água, electricidade e telefones.
Dois dias antes, Alberto João Jardim inaugura, em São Martinho, um empreendimento de habitação colectiva, constituído por 15 apartamentos do tipo T1, T2 e T3. O mesmo possui ainda dois pisos destinados a comércio e serviços.

O valor do empreendimento privado, que é inaugurado pelas 18 horas do dia 2, ascendeu a cinco milhões de euros.

Entretanto, hoje, o presidente do Governo Regional desloca-se, pelas 15 horas, aos Canhas, onde irá visitar a II Feira da Cana-de-Açúcar da Madeira, a decorrer no Centro de Abastecimento Agrícola daquela freguesia. Trata-se de uma organização da Casa do Povo, da Junta de Freguesia dos Canhas e da Câmara Municipal da Ponta do Sol.

Produção duplica em sete anos

Nos últimos sete anos, a Madeira praticamente duplicou a produção de cana-de-açúcar, passando das 2.800 toneladas para uma expectativa de 5.700, em 2007.
«Este ano já foram entregues aos engenhos 1.800 toneladas, o que corresponde a mais de 30%», disse Manuel António durante a II Feira da Cana-de-Açúcar, nos Canhas. O secretário congratulou-se ainda por a Madeira ter aumentado a sua produção, garantindo o escoamento da cana-de-açúcar e dos seus derivados.


Alberto Pita

Ponta do Sol mostra produção de cana

Manuel António Correia inaugurou a Feira da Cana-de-açucar.

in DN a 22-04-2007
Regional
Ponta do Sol mostra produção de cana



O secretário regional do Ambiente e Recursos Humanos esteve presente, ontem, na abertura oficial da II Feira da Cana-de-açucar que decorre no Centro de Abastecimento Agrícola dos Canhas.

Esta iniciativa da Casa do Povo da Ponta do Sol conta coma participação de agricultores e produtores de derivados da cana sacarina.

Ontem, foram visitados os espaços de exposição e venda de produtos, da responsabilidade da Sociedade de Engenhos da Calheta e da Fábrica de Mel do Ribeiro Seco.

Na feira também estão expostos trabalhos sobre a cana-de-açucar, realizados pelos alunos das sete escolas do 1º ciclo do concelho da Ponta do Sol.

Hoje, segundo e último dia da feira, além da actuação da bandas e grupos corais, há a destacar a visita do presidente do Governo regional que fará uma intervenção ao início da tarde.

Património da Ponta Sol




in JM a 22-04-2007

Uma exposição
“Património da Ponta Sol”




No âmbito do Município da Cultura – Ponta do Sol 2007 está patente no átrio do Centro Cultural John Dos Passos uma exposição intitulada: “Património da Ponta do Sol”. Enquadrada nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, assinalado a 18 de Abril, esta iniciativa da Direcção de Serviços de Património Cultural/DRAC, coloca em destaque alguns dos aspectos mais importantes do Património da Ponta do Sol.

Esta mostra, engloba um total de 25 painéis, onde se destaca a qualidade técnica e o rigor da informação fornecida, seja através de texto ou através da imagem. Por sua vez, estes painéis subdividem-se em doze temáticas, as quais abrangem de um modo bastante pormenorizado o Património do concelho da Ponta do Sol. Partindo do geral, onde num primeiro momento é apresentada uma caracterização geral do concelho, a Ponta do Sol, do ponta de vista patrimonial, é repartida pelos seguintes temas: “Espaço Urbano”, “Espaço Rural”, “Vias de Comunicação e acessos”, “Humanização da Paisagem”, “Arquitectura Civil”, “Arquitectura Tradicional”, “Arquitectura Religiosa”, “Património Móvel” e “Actividades”.
“Património da Ponta do Sol” trata-se de uma exposição que não se restringe apenas ao património móvel ou imóvel. É abrangente e estabelece uma ligação, directa ou indirecta ao meio envolvente, seja este construindo ou não, incluindo as vias de comunicação e acessos.

Entre os demais exemplos que poderiam ser destacados, é de referir a técnica, engenho e qualidade artística do tecto múdejar da igreja de Nossa Senhora da Luz, igreja matriz do concelho; a adaptação bem conseguida da malha urbana ao relevo, adaptação essa que permite fruir espaços pitorescos, harmoniosos e à escala humana, marcados pela História, pelo mar e pelo sol; a beleza da orografia do concelho, nomeadamente os lombos e vales abruptos e os notórios valores de integração ambiental, materializados em especial pelas pequenas construções rurais, que humanizam, vincadamente, a paisagem.

Para um maior entendimento e, numa linguagem acessível, pode-se ler no texto de apresentação que: «O povoamento da ilha da Madeira foi, nos inícios, feito ao longo da costa, junto dos cursos de água. A igreja constituía, então, o centro de um pequeno aglomerado, cujo carácter urbano espelhava a capacidade empreendedora e o desenvolvimento económico alcançado pelos respectivos habitantes.

O desbravamento das terras encosta acima motivou a construção de pequenas habitações junto dos espaços de lavoura. Essas terras pertenciam a grandes senhorios, construtores de solares com capela anexa.

Hoje em dia, uma parte importante do valor e significado histórico destes núcleos e lugares reside nos velhos edifícios que atravessaram os séculos e são um legado tangível e insubstituível, pela natureza da sua arquitectura – tipologia, escala e materiais – e pelo património móvel integrado que albergam. O conhecimento técnico e cultural de tal herança (conjugado com saberes imateriais) é cada vez mais determinante para a promoção da qualidade de vida das populações e um relevante factor económico de atracção, na medida em que a preservação do património, no mundo globalizado de hoje, constitui um agente fulcral do desenvolvimento».

Marisa Santos


“Património da Ponta do Sol”
Exposição
Centro Cultural John dos Passos – Ponta do Sol
Até 29 de Abril

DRAC continua aposta na recuperação




in JM a 19-04-2007


Dependendo do orçamento de 2008

DRAC continua aposta na recuperação

A Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC) está a “apoiar-se” num decreto legislativo regional que foi criado e aprovado para enquadrar os apoios à manutenção da arquitectura tradicional. Essa lei, que já funciona há três anos a esta parte, tem sido utilizada para peças de arquitectura, de construção, de edifícios de habitação e de moínhos do concelho de Santana. Até agora, a recuperação tinha sido feita apenas naquele concelho mas, em breve, irá estender-se a outros concelhos, nomeadamente, à Ponta do Sol. De acordo com o director regional dos Assuntos Culturais, também neste concelho, existem mais exemplares da arquitectura tradicional madeirense, como seja, a casa de pedra coberta por colmo, o moínho a água, ou até a antiga mercearia.

O objectivo da DRAC é, através da exposição inaugurada ontem no Centro Cultural John dos Passos, denominada “Património da Ponta do Sol”, «divulgar e sensibilizar a população para a importância deste património», realçou João Henrique Silva.
Assim sendo, a DRAC espera que o orçamento de 2008 possa contemplar verbas que permita a recuperação dos melhores exemplares que normalmente são casas habitadas.
No que respeita ao trabalho que já foi feito na Ponta do Sol, o director regional recordou a obra de restauro de que foi alvo a igreja matriz e o respectivo órgão histórico. No presente, está a ser concluído o levantamento da situação do imóvel do Solar dos Esmeraldos «um imóvel que requer intervenção a breve prazo pois sofre de fissuras e infiltrações no telhado que obrigam a uma revisão próxima de toda a estrutura do edifício», como explicou João Henrique Silva.

De salientar que a exposição inaugurada ontem realizou-se no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. A mostra, sobre o património edificado e natural da Ponta do Sol poderá ser visto até 29 de Abril.

Lúcia Mendonça da Silva

Wednesday, April 11, 2007

Transporte para a cultura


in JM a 11-04-2007

O Culturbus foi apresentado ontem na Ponta do Sol

Transporte para a cultura

A Câmara Municipal da Ponta do Sol, colocou ontem ao dispor da comunidade um autocarro e uma carrinha cujo objectivo será o de transportar as pessoas que queiram assistir às iniciativas que terão lugar durante este ano naquele concelho no âmbito do Município da Cultura 2007. De acordo com o vereador com o pelouro da Cultura, Inácio Silva, este


Chama-se “Culturbus” e já está disponível a todas as pessoas que queiram participar nas actividades desenvolvidas durante este ano pelo Município da Cultura, na Ponta do Sol. A ideia é proporcionar um meio de transporte gratuito ao serviço da cultura e, deste modo, ir ao encontro de uma decisão da UE que intituiu o ano de 2007 como o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos - para uma Sociedade Justa.

Apesar dos meios de transporte ontem apresentados não serem novos, o vereador com o pelouro da Cultura, na Câmara Municipal da Ponta do Sol, referiu que o autocarro e a carrinha já pertenciam à autarquia e que, por essa razão, foram “adaptados” ao Município da Cultura que este ano se celebra naquele concelho.

Segundo Inácio Silva, «estes meios de transporte estão também disponíveis a grupos de pessoas de outros concelhos. A nossa ideia é facilitar a vinda de outras pessoas, que não só da Ponta do Sol, até aos nossos espectáculos», frisou o vereador.

Na qualidade de director regional dos Assuntos Sociais, João Henrique Silva realçou a importância do “culturbus” na difusão do programa do Município da Cultura, acrescentando que esta ideia poderá sensibilizar os restantes concelhos da Região a inscreverem-se nesta iniciativa cultural.

Destruição da cadeia velha
“tinha de ser feita”


Questionado à parte sobre a destruição do edifício da cadeia velha, na Ponta do Sol, João Henrique Silva explicou que a obra «foi autorizada e que respeitou os requisitos legais do ponto de vista da volumetria e de todas as situações que são necessárias observar e digamos que não há nenhum aspecto ilegal». Sobre a “perda patrimonial”, o director da DRAC disse que «o edifício não era classificado» embora reconheça que tinha uma memória e representação patrimonial para a população daquele concelho».


Lucia Mendonça da Silva

Trazer mais público aos eventos culturais na Ponta do Sol é o objectivo do 'Culturbus'




Trazer mais público aos eventos culturais na Ponta do Sol é o objectivo do 'Culturbus'

O meio de transporte, ontem apresentado, visa também divulgar o projecto 'Município da Cultura' na Região

in DN a 11-04-2007

Alargar os eventos que se realizam no âmbito do 'Município da Cultura 2007' na Ponta do Sol, ao maior número de pessoas é o objectivo do 'Culturbus', um meio de transporte ontem apresentado no Centro Cultural John dos Passos. "O veículo estará disponível para quem venha assistir aos espectáculos e a iniciativa alarga-se também aos grupos de outros concelhos que, organizados, pretendam ver exposições ou eventos na Ponta do Sol", declarou Inácio Silva, Vereador da Cultura da edilidade.

João Henrique Silva, da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, sublinhou o "relevo da iniciativa na aproximação de outros públicos" e referiu-se aos eventos previstos para Abril de onde se salienta o Dia Mundial dos Monumentos e Sítios, no dia 18 deste mês.


José Salvador

Monday, April 02, 2007

Teatro valoriza poesia de Pessoa

Élvio Camacho e Paula Erra, do TEF, protagonizam a peça que hoje é apresentada na Ponta do Sol.


in DN a 31-03-2007

Cultura e espectáculos

Teatro valoriza poesia de Pessoa


Antes de o pano subir esta noite, às 21 horas, no auditório do Centro Cultural John dos Passos, para a apresentação da peça 'Mééééé... Tudo é como é', do Teatro Experimental do Funchal (TEF), falámos com Élvio Camacho, actor que, ao lado de Paula Erra, protagoniza este espectáculo inserido no âmbito do Município da Cultura na Ponta do Sol.

"Uma vez que 90% do espectáculo é constituído pela poesia, quase integral, de Alberto Caeiro [heterónimo de Fernando Pessoa], é difícil resumir a sua essência", começou por explicar Élvio Camacho. "Mas eu e a Paula Erra cremos que, ao colocar as palavras de Caeiro na boca de dois pastores, estamos a destacar a grandeza de seres aparentemente ignorantes, que nos surpreendem momento a momento com os seus pensamentos e falas, mesmo quando um dos pastores nos diz que, citando Caeiro, 'queria ter o tempo e o sossego suficientes para não pensar em coisa nenhuma'." A sinopse do espectáculo dá bem conta do substrato narrativo da peça: dois pastores, desembarcados num arraial, guardam um bazar, rebanhos e poesia. "Realçaria também o interlúdio do espectáculo que nos dá a conhecer, através de um vídeo filmado no norte da Madeira [Santana], um texto em prosa de Fernando Pessoa, muito pouco conhecido pelo público em geral e escrito no feminino, estou a falar de Maria José: Metáfora de uma Alma à Janela, [A Carta da Corcunda para o Serralheiro]." Tudo isto se insere "na aposta do TEF em construir espectáculos comunicantes para o grande público, nos quais as fontes de erudição intelectual invocadas não sejam antónimas de um sentido teatral de divertimento cénico gerado pelos e para os dias de hoje; e, ao mesmo tempo, que este divertimento acentue a consistência da interpelação crítica e reflexiva".

Adianta que, de uma maneira global, as reacções do público são favoráveis, e dá um exemplo: "Na Bienal de São Vicente, onde, a convite da Câmara Municipal, apresentámos o espectáculo ao público em geral, que encheu a sala, tivemos um convidado especial, sobrinho de Fernando Pessoa, o Dr. Rosa Dias, que nos disse muito comovido, após o espectáculo, ter tido a certeza que o tio esteve presente naquela sala".


João Filipe Pestana