Thursday, February 28, 2008

Nervoso miudinho já chegou aos candidatoS às Câmaras



Nervoso miudinho já chegou aos candidatoS às Câmaras

Santana, Porto Moniz e Calheta são os concelhos onde, neste momento, existem maiores probabilidades de haver mudanças nas candidaturas PSD

in DN a 24-02-2008


A mais de um ano das eleições autárquicas de 2009, o nervoso miudinho está a tomar conta de muitos potenciais candidatos. Mas não só destes. Há quem apenas queira participar no processo e ter uma palavra a dizer, e que já terá sido contagiado por esse tal nervoso.

Por toda a Região existem situações em que se fala em continuidades, mas noutras, as mudanças são dadas como certas.

Funchal: Albuquerque disponível

No Funchal, há muito que Miguel Albuquerque admitiu que poderia voltar a ser candidato pelo PSD. No momento alto da contestação, fruto do resultado da auditoria administrativa e financeira à CMF, o actual presidente afirmou que se tivesse de decidir naquele momento seria candidato.



Santa Cruz: Gonçalves quer ficar

Em Santa Cruz, o presidente eleito pelo PSD admite que só continua na política se for na Câmara. Um regresso à Assembleia Legislativa, de onde saiu por troca com Savino Correia, está fora de questão.

Gonçalves coloca-se à disposição da Comissão Política, mas vai lembrando que se continuar na Câmara até perde dinheiro.

Questionado se apoiaria Arlindo Gouveia, presidente da Junta de Santa Cruz, numa recandidatura, José Alberto Gonçalves diz que sim. Isto apesar das divergências entre ambos, vindas ao de cima a propósito da recente ida de um vasto grupo de santa-cruzenses à Venezuela.

Já Arlindo Gouveia diz que é muito cedo para dizer se apoiará ou não uma recandidatura de José Alberto Gonçalves. O presidente da Junta diz mesmo que tem mais representatividade na freguesia de Santa Cruz do que o presidente da Câmara, que é da Camacha.


Machico: Emanuel pela última vez

Em Machico, o actual presidente da Câmara deixa a porta aberta a uma terceira candidatura à presidência da Câmara. Uma instituição que conquistou ao PS, em 2001.

É a possibilidade da reedição de um duelo entre Bernardo Martins e Emanuel Gomes.


Santana: Carlos Pereira criticado

A saída do actual presidente da Câmara de Santana do cargo é uma probabilidade que vem a ganhar força. No concelho cresce a contestação ao presidente.

Carlos Pereira ainda manterá o apoio de alguns membros da cúpula partidária, mas não é garantido que seja suficiente para o manter no cargo. Até por existir destacadíssimos militantes locais que se opõem a essa continuidade.

Tal como aconteceu antes das autárquicas de 2005, Rui Moisés volta a ser um nome falado e desejado. Resta saber se o deputado à Assembleia Legislativa da Madeira se deixará convencer a concorrer ao cargo e a, provavelmente, ter de deixar parte da actividade que mantém em instituições sociais e culturais do concelho.

No PS, volta-se a falar de Adelino Silva, mas ainda sem certezas.


S. Vicente: Vasconcelos e Gouveia

O presidente do PS-Madeira foi o primeiro a chegar-se à frente, ao anunciar que seria recandidato à presidência da Câmara Municipal de São Vicente.

João Carlos Gouveia foi eleito vereador em 2005, mas foi derrotado pelo estreante Humberto Vasconcelos.

Tudo indica que o actual presidente da Câmara vai ser o candidato do seu partido no próximo ano.


Porto Moniz: Farinha e mais dois

Gabriel Farinha não é um dado adquirido no Porto Moniz. Há dois mandatos que é presidente, mas não tem convencido boa parte dos munícipes, nem mesmo dos do PSD.

Na área social-democrata perfilam-se dois potenciais sucessores de Farinha na candidatura: Jaime Lucas e Valter Correia.

Nas últimas autárquicas, Farinha teve um resultado fraco, o que poderá ser determinante na mudança.

Jaime Lucas é deputado na Assembleia Legislativa e Valter Correia preside a Junta de Freguesia do Seixal.

No PS, Emanuel Câmara é o elemento de maior valia, mas não se sabe se está disponível para se recandidatar.

Calheta: Baeta em risco É contestado mesmo entre os seus.

Manuel Baeta é acusado de se estar a afastar dos munícipes. Uma tendência que já terá começado a inverter ao, por exemplo, fazer questão de atender todos os cidadãos que o procuram.

Também os presidentes de Junta do concelho reclamavam do distanciamento do presidente. A reunião recente com tais autarcas terá sido uma resposta a essas críticas.

Do que já não se livra Baeta é de, entre PSD e munícipes não filiados, ser referido o nome de Carlos Teles, vice-presidente da Câmara, como um dos possíveis e desejados sucessores. Outros nomes são falados, mas com menos insistência.

Ponta do Sol: Marques repete

É um dos concelhos, para já, mais calmos no que respeita à sucessão de Rui Marques.

Localmente, entende-se que a aposta 'recente' no jovem presidente é para continuar, apesar de até agora sem grandes resultados.

A favor de Marques estará a herança de António Lobo. Esse peso acaba por lhe dar alguma condescendência na forma como é visto por correligionários e munícipes em geral.

No PS, neste momento o mais óbvio é que seja candidato José Manuel Coelho.

Ribeira Brava: Ismael de novo

É uma das grandes maiorias do PSD. Ismael Fernandes é o 'senhor da Ribeira Brava', onde o PS apenas elege um vereador.

Se a lei eleitoral para as autarquias locais mudar, os socialistas poderão aumentar esse número, mas, mesmo assim, tudo indica que Ismael Fernandes continue a reinar a Oeste.

No PS, o lugar de candidato deverá voltar a ser confiado a Rui Caetano. O agora vereador está a ganhar notoriedade, em consequência da sua acção enquanto responsável da direcção do partido pela área autárquica.

C.ª de Lobos: fica Arlindo, mas...

Em Câmara de Lobos, Arlindo Gomes tem tudo para voltar a ser candidato, apesar de alguma contestação entre munícipes, acima de tudo, entre o PSD de Câmara de Lobos.

Também ainda não é conhecido o posicionamento do Funchal, onde Arlindo Gomes terá algumas resistências, fruto de posições assumidas face ao Governo.

O presidente de Câmara de Lobos ainda não deu a garantia de estar interessado em continuar na Câmara.

Garantido é que terá de enfrentar, caso seja candidato, João Isidoro, do MPT.

Porto Santo: só dá Roberto Silva

É presidente da Câmara e da Associação de Municípios da Região.

À semelhança de Ismael Fernandes, na Ribeira Brava, Roberto Silva é dono e senhor da vida política porto-santense. Não lhe são conhecidos concorrentes ao cargo no PSD, nem mesmo contestatários.

No fragilizado PS, a solução poderá voltar a passar pela família Mendonça.

Nova lei eleitoral autárquica O que muda se se mantiver acordo entre PS e PSD

O presidente da Câmara passa a ser o cabeça-de-lista do partido mais votado à Assembleia Municipal.

As maiorias absolutas ficam facilitadas, pois o partido vencedor, ainda que obtenha apenas uma maioria relativa dos votos nas urnas, indica automaticamente dois terços dos vereadores.

Na oposição, a distribuição dos lugares de vereador é feita através do método proporcional de Hondt.

A totalidade dos vereadores é escolhida entre todos os candidatos para a Assembleia Municipal.

As Assembleias Municipais passam a poder aprovar moções de censura aos executivos camarários, desde que aprovadas por três quintos dos eleitos.

Tal como nos governos, as Assembleias passam a votar o programa, os orçamentos e os planos anuais da vereação.

Os presidentes de Juntas de Freguesia perdem o direito de votar os orçamentos e não ganham o direito de aprovar ou rejeitar a moções de censura.

Passa a haver só dois boletins de voto, para a Assembleia de Freguesia e para a Municipal.

Passa a haver a garantia de representação das forças políticas não vencedoras no executivo municipal.

O PSD ameaçou romper o acordo que havia firmado com o PS para a alteração da Lei Eleitoral para os Órgãos das Autarquias Locais. Na prática, quer isso dizer que as alterações previstas e aqui enunciadas ainda podem ficar sem efeito.

A ANAFRE - Associação Nacional de Freguesias já se regozijou com esse facto. A Associação foi quem mais contestou a proposta de lei, por estar prevista a retirada de poderes aos presidentes de Junta.

Ontem, o presidente do Partido Social Democrata, Luís Filipe Menezes, afirmou, em Vila Verde, que o acordo com o PS para a nova lei eleitoral autárquica será mantido, mas exigiu que os presidentes das freguesias possam votar os orçamentos municipais.

"Haverá nova lei! Mas o PSD tem de ouvir a voz dos cinco mil portugueses que exercem responsabilidades nas Juntas de Freguesia, do PCP ao CDS/PP, que querem continuar a votar os orçamentos municipais", afirmou Luís Filipe Menezes, negando ter havido quebra de compromisso com o PS, por parte dos social-democratas.


Élvio Passos, Orlando Drumond, Victor Hugo e Marco freitas

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