Autor açoriano Mário Cabral vence Prémio Literário John dos Passos

Autor açoriano Mário Cabral vence Prémio Literário John dos Passos

O prémio de 2.500 euros, integrado no Município da Cultura 2007, será entregue a 8 de Setembro
O júri elegeu a obra 'O Acidente', da autoria de Mário Cabral, como o melhor título a concurso.

in DN a 18-08-2007

Foi ontem apresentado, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Ponta do Sol, o vencedor do 1.º Prémio Literário John dos Passos, galardão criado com o intuito de homenagear a memória do escritor homónimo, bem como incentivar a produção e a investigação histórico-literárias.

O prémio, iniciativa da Biblioteca de Estudos John dos Passos, representada na conferência de imprensa por Maria do Carmo Santos, realizar-se-á de dois em dois anos e pretende distinguir uma obra publicada em território nacional. Nesta primeira edição, a modalidade literária escolhida foi Prosa de Ficção. No total, concorreram 19 obras de autores de todo o território nacional, cujo critério era terem sido publicadas entre 2005/06.

O júri, constituído por Margarida Falcão e Fernando Figueiredo, nomeados pela Câmara Municipal da Ponta do Sol, e Miguel Oliveira, em representação da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, elegeu 'O Acidente', de Mário Cabral, como o melhor título a concurso.

O principal critério da atribuição foi a conjugação da narrativa, uso particular das personagens, ensaio e discurso filosófico na obra classificada por não ser um romance tradicional, e que se aproxima da linha de John dos Passos.

A obra de Mário Cabral, de 44 anos, natural da Terceira, nos Açores, retrata uma viúva que se dirige à Igreja da Conceição, com o fim de entregar a alguém o último de uma colecção de rosários recebidos naquele sistema de cartas anónimas às quais se deve dar sequência. Quando sai do templo é atropelada mortalmente. Cada personagem que assiste ao acidente perspectiva-o de modo diverso, tendo esta forte influência nas suas vidas. Pouco a pouco, os seus pontos de vista entrelaçam-se, como fios de uma teia, dando corpo ao romance, onde se questiona o que é a realidade. Terá mesmo havido este facto concreto? No final há uma personagem que garante que tudo não passou de um livro sobre o qual se fez um filme.

O prémio de 2.500 euros, integrado no Município da Cultura 2007, será atribuído por Inácio Silva, vereador da Cultura, ao autor, no próximo dia 8 de Setembro, que é a data das comemorações do Dia do Concelho.


Roberto Varela, Correspondente