Friday, March 16, 2007

Antiga cadeia da Ponta do Sol demolida dá lugar a estalagem




Antiga cadeia da Ponta do Sol demolida dá lugar a estalagem

De acordo com o POTRAM o antigo edifício encontrava-se numa zona a preservar. A câmara diz que está tudo legal
Rui Marques admite que possam existir comentários, mas garante que foi feito dentro da legalidade.


in DN a 16-03-2007


A autarquia da Ponta do Sol autorizou a demolição do edifício do antigo tribunal e cadeia daquela vila, para aí ser edificada uma estalagem, apesar do referido edifício se encontrar numa zona que o Plano de Ordenamento do Território da RAM - POTRAM - considera como sendo uma área a preservar por configurar uma memória colectiva importante e caracterizadora da identidade daquela aglomerado populacional.

Além de se encontrar em zona a preservar, o Plano de Ordenamento do Território da RAM proíbe igualmente quaisquer demolições dos edifícios antigos aí localizados, excepto se estes oferecerem risco de ruir após vistoria camarária.

Apesar destas recomendações, a demolição acabou por ser autorizada pela autarquia local no mandato anterior e pelo Conselho de Governo,. Para aquela zona foi aprovada, após parecer positivo da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, a construção de um novo imóvel onde será instalada, nos três andares superiores, uma estalagem e, no rés-do-chão, um restaurante.

Além do desrespeito pelas normas do POTRAM, a elevada volumetria do novo edifício - tem a mais um andar que o antigo prédio - o que acaba por tapar a igreja matriz, também não tem ficado isenta de críticas.

Tais críticas não merecem, no entanto, grandes comentários da parte da autarquia local, a qual garante que todo o processo decorreu dentro da legalidade, estando referido projecto de acordo com os índices de construção previstos para o centro da vila da Ponta do Sol.

No entender do presidente da autarquia local, que garante que o edifício antigo oferecia risco de ruína eminente, este novo empreendimento não só permitirá a criação de novos postos de trabalho, como também ajudará na revitalização "de toda a zona da vila que estava um pouco morta". Rui Marques admite que possam existir "comentários" sobre a obra em causa, no entanto garante que até à presente data não foi formalizada na autarquia qualquer reclamação.

"Infelizmente", diz Rui Marques, "não podemos agradar a todos. Cada cabeça sua sentença, mas o que posso garantir é que está tudo dentro da legalidade".


Óscar Branco

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