in Notícias da Madeira a 26-10-2006
O que eles têm em comum?
Um ano depois, e depois? Rui Marques, Humberto Vasconcelos e José Alberto Gonçalves já completaram um ano de mandato à frente das Câmaras Municipais da Ponta do Sol, São Vicente e Santa Cruz, respectivamente. O NOTÍCIAS quis saber como é que os novos autarcas programam o seu dia e o que mudou nas suas gestões camarárias. Humberto Vasconcelos diz que houve uma reviravolta interna, Rui Marques que há maior credibilidade e José Alberto Gonçalves que há mais diálogo. O NOTÍCIAS colocou os vereadores da oposição a avaliarem o trabalho dos autarcas e lançou-lhes um desafio: a distinguirem o melhor e o pior do trabalho dos autarcas. O NM desafiou os autarcas a contarem uma história engraçada que tenha acontecido neste primeiro ano de mandato e o desafio foi aceite. Saiba mais nesta edição do NOTÍCIAS...
Texto: Sónia Silva Franco
Foto: Miguel Nóbrega
UM ANO DEPOIS, E?
Mais credibilidade!
Já chegou a trabalhar até às quatro da manhã completamente atolado em papelada para despachar. Como o trabalho está em primeiro lugar, não são raras as vezes que deixa de almoçar para se dedicar aos assuntos pendentes na Câmara Municipal da Ponta do Sol. Rui Marques fez há pouco tempo 30 anos e, com a garra normal da juventude, não gosta de deixar para dias seguintes o que pode fazer hoje. Continua a dizer que esta é uma autarquia com muitos problemas, manchada por uma reputação herdada. As dificuldades financeiras são grandes e Rui Marques tem consciência de que o dinheiro
não dá para tudo. E é justamente esse discurso que tenta fazer passar junto dos munícipes que todos os dias lhe pedem coisas. «Há uns que entendem e há outros que não...», lamenta.
Há um ano, Rui Marques já sabia que assumir a presidência da Câmara da Ponta do Sol não era, propriamente, um mar de rosas. À medida que o tempo foi passando, o jovem confirmou as suas suspeitas. A câmara necessitava de atenção redobrada da sua parte e é por isso que, de vez em quando, fica a trabalhar madrugada dentro.
Neste ano, o que mudou? Rui Marques fala da reestruturação interna e, principalmente, da «imagem da câmara, na qual tentámos darmais credibilidade».
No entanto, o autarca está ciente que, para muitas pessoas, nada mudou nestes primeiros 12 meses de mandato. «As pessoas esperavam obras e não entenderam que
este foi um ano de grande contenção. O tempo das vacas gordas acabou na Ponta do Sol e as pessoas precisam de entender isso», sustenta.
Mesmo assim, e apesar dos constrangimentos, Rui Marques lançou alguns regulamentos. Um dos mais importantes é aquele que apoia as pessoas mais carenciadas.
"O tempo das vacas gordas
acabou na Ponta do Sol e as
pessoas precisam de
entender isso.
A vereação social-democrata da Câmara da Ponta do Sol está ciente de que «o tempo das vacas gordas já lá vai». Sendo assim, Rui Marques está apostado em «fazer
uma melhor gestão dos dinheiros». Nas reuniões com os munícipes, o presidente está sempre sujeito a pedidos da população. E apesar de as «pessoas pedirem sempre um
pouco de tudo», o certo é que normalmente «pedem para que se arranje a vereda, ou que a alargue e pavimente, entre outras coisas do género». O apoio a famílias carenciadas é outro dos assuntos obrigatórios destas reuniões com os munícipes.
O que Rui Marques não suporta são as críticas sem fundamento e injustas. Por vezes,
faz um esforço por ignorá-las, mas não deixa de confessar que «fico um pouco magoado com isso», tanto mais porque «desde o primeiro dia entrei para a câmara com um espírito de missão e custa-me ver, por vezes, algumas críticas que são injustas...»
O debate de ideias coma oposição foi outra das situações que, no entender de Rui Marques, mudou na Ponta do Sol. A partir de agora, o presidente está apostado em fazer cumprir algumas das obras previstas para o concelho. Ciente de que «tive uma herança pesada », até porque «houve muita coisa que foi prometida antes de eu
vir para cá e que as pessoas reclamam », o jovem social-democrata quer «fazer os possíveis para cumprir aquilo que foi prometido à população». No entanto, também é
frontal ao ponto de dizer que «vai haver coisas que vão ter de esperar...» O próprio Rui Marques faz questão de explicar às pessoas o que vai ter de ficar adiado. Para já, é preciso que entendam que «os tempos não são fáceis e que não podemos fazer tudo da noite para o dia».
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CARICATO
Nem todos os seus munícipes estão familiarizados com o rosto do seu presidente da câmara. E foi justamente uma dessas situações que Rui Marques nos contou para o breve
apontamento das histórias engraçadas. Num dia em que o presidente estava no gabinete
da sua secretária, entrou uma munícipe a pedir para falar com o presidente. A senhora, sem saber, estava a falar com o próprio presidente, mas este não se descartou. Disse que o autarca não estava, mas que ele poderia recebê-la. Entraram
para o gabinete e passados alguns segundos a munícipe logo percebeu quem era o
homem que estava a atendê-la.
Situações que, de vez em quando, acontecem a Rui Marques.
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NEGATIVO
Aspectos negativos são todos aqueles em que Rui Marques tem de dizer que não aos pedidos dos munícipes. «Não é fácil...»
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