in DN a 23-10-2006
Ponta do Sol convidado a estrear título de Município da Cultura
Concelho terá ao longo de 2007 um conjunto de iniciativas com vista a dinamizar e promover grupos e infra-estruturas
O diploma aprovado na última semana em plenário será debatido agora na especialidade, antes da aprovação final.
A Ponta do Sol será o primeiro Município da Cultura, uma proposta do Partido Social Democrata já aprovada na generalidade pela Assembleia Legislativa da Madeira que visa dinamizar um conjunto de actividades culturais, fazendo-as convergir anualmente para um dos 11 concelhos da Região, enquanto paralelamente promove a divulgação e recuperação do património.
Basicamente, é a transposição da Capital da Cultura para a dimensão regional, explicou João Henrique Silva.
O Município da Cultura será uma realidade já a partir de Janeiro de 2007. A escolha recaiu sobre a Ponta do Sol, por ser o concelho com menos freguesias e, por isso, mais apto a servir de caso experimental, justificou o director regional dos Assuntos Culturais. Já o sucessor deste título será escolhido num processo de candidatura, com início previsto para Junho do próximo ano, adiantou ainda o titular da pasta. Em caso de não haver candidaturas, o Governo Regional poderá mais uma vez endereçar um convite.
Além da calendarização e orientação dos eventos e espectáculos organizados ou apoiados pelas diversas secretarias para o município escolhido, o projecto inclui a canalização de verbas para recuperação de edifícios, para a formação de agentes culturais, para a divulgação do património existente - nomeadamente através de um levantamento e publicação - e para a realização de espectáculos de terceiros, imperativamente de artistas e grupos regionais, adiantou Rafaela Fernandes, deputada social-democrata encarregue deste dossier.
Ao nível de verbas, o director regional não divulgou os valores envolvidos, justificando que ainda não estão definidas. A maquia será no entanto repartida entre Governo Regional e Câmaras Municipais, em 60% - 40%, adiantou a deputada (salvaguardando o facto de não ter consigo o documento e de haver a possibilidade de estes números não serem exactos).
Sem orçamentos de referência, os comentários indicam que as verbas, aparentemente, são parcas, pois "não permitem grandes loucuras", disse a jovem deputada. Já o director regional disse logo que o dinheiro não é para fazer "nada mirabolante" porque "os tempos não estão para isso".
Com pouco ou muito, o objectivo é fazer um trabalho que fique para a posteridade, não estando na linha de orientação o simples entretenimento. "Não é para produzir acontecimentos efémeros, não é para concertos de Verão", explicou João Henrique Silva, adiantando que é, sim, para desencadear acções de restauro do património, inventariação e publicação, a par de outros eventos ligados à música e ao teatro.
Ao longo das últimas semanas realizaram-se reuniões de trabalho com vista a delinear os eventos a ter lugar nas freguesias dos Canhas, Madalena do Mar e Ponta do Sol.
Depois de aprovado na generalidade e especificidade, o documento segue para a Associação de Municípios, para um parecer, e depois para promulgação junto do representante da República na Região.
Paula Henriques
No comments:
Post a Comment