Wednesday, September 05, 2007

«Não cedo um milímetro» no programa de festas





Presidente da Câmara da Ponta do Sol garante ter avisado em Julho a directora do Baía Sol



«Não cedo um milímetro» no programa de festas


Jornal da Madeira / Região / 2007-09-05



A discoteca ao ar livre no próximo fim-de-semana na Ponta do Sol está a gerar polémica. Os hoteleiros do centro da vila não gostam da ideia de ter música sábado e domingo até de madrugada e o hotel “Baía Sol” já admitiu mesmo transferir os seus clientes para outras unidades do grupo. O presidente da Câmara disse que a directora desse hotel foi avisada atempadamente do programa e garante, por isso, não «ceder um milímetro».

O presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol garante que as festas programadas para a marginal e praia da Ponta do Sol, no âmbito das comemorações do 506.º aniversário do concelho, vão realizar-se, apesar da contestação dos hoteleiros.

Os hoteleiros do centro da vila criticam a realização de uma discoteca ao ar livre no próximo fim-de-semana, por a música ser tocada até de madrugada, impedindo os hospedes de descansar. Segundo o DN-Funchal, o hotel da marginal Baía Sol irá até transferir os seus hospedes para outras unidades do grupo espalhadas pela ilha.
O presidente da Câmara diz que as críticas «não têm razão de ser» e adianta que a directora daquele hotel foi avisada em Julho passado sobre o programa de festas e, na altura, não se opôs.

«Eu próprio falei com a directora do hotel, em Julho, e ela disse-me que era uma questão de alertar as agências» para que estas avisassem previamente os clientes, disse o autarca, confessando ter ficado «descansado» com a resposta dada, mas lamentando agora não ter tido «a preocupação de pôr isso por escrito».
«Talvez isso tenha sido o meu erro», admitiu ontem o edil.

Apesar de no ano passado nem todas as pessoas terem apreciado a discoteca dentro do túnel, pois o som também chegava cá fora, a verdade é que a polémica não assumiu estes contornos. A diferença este ano é que a discoteca será na marginal e na praia, mesmo em frente ao Baía Sol, terminado já bem de madrugada.

Para o autarca, dentro ou fora do túnel «o barulho é praticamente o mesmo». Ainda assim, a Câmara deu indicações para que as colunas de som fossem viradas para o mar, por forma a «reduzir o impacto» sonoro.

Defendendo este programa de festas, Rui Marques apresenta outros argumentos: «a Ponta do Sol precisa de alguma animação», pois actualmente o centro da vila transformou-se num «deserto» a precisar de «alguma vida». Para mais, acrescenta, esta é a única altura do ano em que há «festa rija».

O presidente de câmara diz acreditar que os munícipes «entendem» estes argumentos e, em sua perspectiva, «as unidades hoteleiras deveriam ter isso em atenção».

Em proporções mais reduzidas, o edil recorda as «noites de Verão» que ocorreram este ano como uma iniciativa que dinamizou aquele centro. «O hotel ganha com isso, toda a gente ganha com isso».


Saída de clientes «não me diz respeito»

O presidente da Câmara da Ponta do Sol recusa aceitar a responsabilidade da eventual saída de clientes do “Baía Sol” para outras unidades do grupo.
«Isso é uma coisa que não me diz respeito», afirma o edil, lembrando que avisou previamente o hotel. E se este não avisou os clientes então Rui Marques entende que foram os responsáveis desse hotel quem não fez o “trabalho de casa”.
«Não sou eu que tenho de ir alertar as agências para esse pormenor. Eu falei com a directora; a directora que alertasse as agências para esse facto», afirma.
Por tudo isto, o autarca garante que as festas vão realizar-se nos termos em que foram programadas. «E vou continuar firme na minha posição. Não vou ceder um milímetro», promete.


Alberto Pita

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