Friday, February 23, 2007

Marés vivas voltam a 'castigar' marina do Lugar de Baixo

Ontem, as ondas formavam-se fora e avançavam de Oeste para Este.

in DN a 23-02-2007

Marés vivas voltam a 'castigar' marina do Lugar de Baixo

Farol do pontão da marina não resistiu a mais este ciclo de ondulação forte



O mar voltou a 'carregar' sobre a muralha da marina do Lugar de Baixo, através de ondulação forte em períodos cíclicos. Os danos materiais limitaram-se ao derrube do pequeno farol, instalado à boca da marina.

Durante o final da manhã e início de tarde de ontem, muitos dos automobilistas, que circulavam na estrada regional entre a Tabua e a Ponta do Sol, não resistiram a parar para contemplar a manifestação da força da natureza. Mais uma vez, as águas rebentavam contra a barreira de protecção erguida pelo Homem, numa marina há muito vazia de barcos.

Munidos de máquinas fotográficas e telemóveis com câmara incorporada, madeirenses e turistas registavam, com um misto de perplexidade e emotividade, aquele momento magnânimo. No sítio do Lugar de Baixo, alguns assistiam de varanda às marés vivas, abanando a cabeça em sinal de repúdio.

No topo da falésia, a norte da infra-estrutura portuária, era possível observar, com maior precisão, a deslocação das ondas. Em períodos variáveis de cinco a dez minutos, formavam-se ao largo linhas de água que se projectavam contra a muralha, incidindo de Oeste para Leste, com uma intensidade crescente.

Os baixios existentes no fundo submarino (com um zero hidrográfico relativamente pouco profundo), potenciam a formação de marés vivas, também conhecidas por grandes marés. Segundo o Instituto Hidrográfico, o fenómeno ocorre com o ciclo lunar, quando há concordância das atracções solares e lunares: na lua cheia e lua nova. Uma tese que perde força no Lugar de Baixo, já que o quarto crescente (que começa amanhã), é o período em que as marés atingem a amplitude mínima - marés mortas.


Ricardo Duarte Freitas

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