Tuesday, February 27, 2007

Principal arguido mandado para a preventiva

in JM a 27-02-2007

Tribunal Vara Mista ouviu ontem os “réus” do caso da cooperativa agrícola dos produtores de fruta

Principal arguido mandado para a preventiva


O Tribunal de Vara Mista do Funchal começou ontem a julgar um caso de alegada corrupção na Cooperativa Agrícola dos Produtores de Fruta da Madeira. Ainda antes de começar a ouvir os arguidos, o Colectivo, presidido pelo juiz Paulo Barreto, decidiu que F. Gonzalez, o principal arguido do processo, deveria ser colocado em prisão preventiva. Deste modo, Fernando Gonzalez acabou por almoçar já na Cancela, voltando na parte da tarde à sala de audiências mas, tanto ele, como G. Andrade, não quiseram prestar declarações em Tribunal.

F. Gonzalez foi para a cadeia pelo facto de o Tribunal considerar - sendo o seu pai, o actual presidente da direcção da mesma cooperativa - o arguido poderia continuar a interferir no funcionamento da mesma. No entanto, Fausto Pereira, da defesa, garantiu que o pai do principal arguido apresentou a demissão do cargo em Dezembro, sendo que o Tribunal pediu a comparência do actual líder que será ouvido na próxima sessão agendada para as 14 horas da próxima segunda-feira, dia 5 de Março.

Os restantes arguidos foram unânimes ao considerar que - tanto ao pedirem dinheiro a F.Gonzalez e o verem “emprestar” com um cheque da Cooperativa -tanto quando passaram facturas no nome de alguns sócios (eram quase sempre os mesmos) quando sabiam que a banana provinha de produtores não sócios - não sabiam que estavam a cometer qualquer ilegalidade. Todos os arguidos foram ouvidos ontem, sendo que a audiência terminou pelas 17 horas e 30 minutos.

A acusação responsabiliza o ex-responsável da CAPFM de ter provocado prejuízos na ordem dos 2,9 milhões de euros durante aquele período. Menciona ainda que Fernando Gonzalez terá feito especulação na Bolsa de Valores, o que representou um prejuízo de cerca de 60 mil euros, terá comprado carros topo de gama e imóveis e terá utilizado o cargo de responsabilidade que exercia para obter vantagens pessoais. Os restantes arguidos são acusados de crimes como falsificação de documento ou corrupção passiva para acto lícito. Estão arroladas 57 testemunhas, que vão começar a ser ouvidas na próxima segunda-feira pelas 14 horas.


Carla Ribeiro

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