Monday, January 22, 2007

Braga prevenido não deu hipóteses


Braga, 2 Pontassolense, 1

Braga prevenido não deu hipóteses

in DN a 22-01-2007

O Pontassolense saiu de cena na Taça de Portugal, batido pela primeira vez em jogos oficiais nesta temporada, por um Braga consciente da valia da equipa da zona Oeste e se aplicou a fundo para conseguir o bilhete que lhe permite continuar a viagem na prova.

O técnico Rogério Gonçalves deve ter-se fartado de chamar a atenção para a valia dos madeirenses e os avisos chegaram ao locutor de serviço no estádio, que os repetiu antes do início da partida.

Se era preciso "respeito" como o locutor avisava, ele foi demonstrado dentro das quatro linhas e foi com empenho, aliado à qualidade dos atletas do emblema bracarense, que se decidiu quem passava à eliminatória seguinte.

O Braga procurou manter sempre o controlo da bola e do jogo mas, sobretudo na primeira parte, os homens da Ponta do Sol procuraram lançar venenosos ataques que iam pondo em sobressalto a linha defensiva contrária, a revelar falhas nas zonas laterais.

Com o meio campo nortenho a carburar abaixo do esperado no primeiro tempo, assistiu-se a períodos de jogadas alternadas, muito rápidas, junto de ambas as áreas.

Foi numa das subidas dos bracarenses que o central Nem colocou Zé Carlos na cara de Vítor Pereira e o experiente avançado não perdoou. O Pontassolense aguentou-se a navegar, mesmo com um rombo. Ao minuto 31 Ângelo fez um trabalho brilhante e quando ia marcar foi rasteirado. Paíto só viu o amarelo e ficou em campo para observar a forma como Pires convertia o livre em golo e a dar maior justiça ao resultado. Nos descontos Vítor Pereira evitou novo avanço do Braga com três defesas seguidas.



No segundo tempo, os homens de vermelho puseram o pé no acelerador. Wender desequilibrou a defesa madeirense e ao minuto 59 isolou João Pinto que, descaído para a direita, rematou cruzado e voltou a pôr a vantagem no lado da equipa da Liga principal.

A diferença justificou-se pelo que se passou até ao final, com um Braga senhor dos acontecimentos e o Pontassolense incapaz de contrariar os melhores argumentos do opositor.

A equipa de arbitragem esteve em bom plano.

As equipas

No Braga apenas Dani foi emprestado pelo banco da casa para um jogo de Taça e notou-se que não tem o nível de Paulo Santos, o mesmo sucedendo ao lateral-direito, Frechaut, longe da qualidade de Luís Filipe. Os centrais Rodriguez e Nem estiveram em bom plano, melhor que Paíto.

No centro de terreno Madrid foi um gigante, Vandinho esteve discreto e João Pinto só se evidenciou na segunda parte. Na frente Bruno Gama revelou-se presa fácil, Wender foi o canalizador de jogo e Zé Carlos uma ameaça constante.

Na equipa madeirense Vítor Pereira esteve em bom plano, bem auxiliado por um quarteto defensivo de qualidade. No centro do terreno Adriano mostrou uma invejável capacidade de ganhar lances, Gleibson exibiu qualidade, enquanto Celso (depois Carlo) demonstraram muito empenho e menos acerto. No ataque, Mário e Ângelo lutaram que se fartaram mas quem facturou e brilhou foi Pires.

Cabines

Não foi fácil


Rogério Gonçalves assumiu que, apesar da vitória da sua equipa, o triunfo sobre o Pontassolense "não foi fácil" perante um adversário que "merece elogios" pela forma como "se bateu e disputou o jogo" do princípio até ao final.

Seja como for, o técnico bracarense considerou que a sua equipa "foi superior" mas com um registo abaixo do que "pode e deve" produzir, pois alternou "períodos bons com outros que não agradaram" de todo.

Gonçalves explicou ter protestado contra a não marcação de um penalti favorável à sua equipa por lhe parecer que Gama foi derrubado após ter passado por um adversário.

Derrota com grande

O marcador do golo do Pontassolense foi uma das figuras do encontro, pelo que jogou e por ter representado o Braga durante muitas épocas. Pires lembrou que a formação madeirense tinha caído contra "uma grande equipa" o que, à partida, concedia aos insulares "pouca percentagem" para o apuramento.

A aposta, agora só no campeonato, é "manter a distância" da concorrência.

Recebemos palmas

Após ter visto a sua equipa ficar fora da Taça de Portugal, Litos Vidigal sublinhou o facto de os jogadores terem "recebido palmas" de todos os adeptos presentes no estádio, pelo "excelente jogo" proporcionado.

De acordo com o técnico pontassolense, a equipa tentou praticar "bom futebol" e o resultado foi um "jogo emotivo" com "incerteza até ao final", com a vantagem do Braga na diferença mínima.

O domínio dos bracarenses foi explicado por Vidigal como o resultado da uma estratégia que passava por "dar a iniciativa e explorar o momento para atacar" o adversário quando esteve estivesse lançado no ataque.

Para o técnico, estar presente na quinta eliminatória foi o "prémio" que a equipa merecia, pois não deve ser esquecido que a formação é da "Segunda B" e que mesmo assim "deu a cara" face a um adversário poderoso.

Depois de matematicamente a equipa estar livre da descida, o Pontassolense "reformulou" os objectivos, que passam agora por manter-se na liderança do campeonato.


Ivo Caldeira, em Braga

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